14 julho 2011

No futuro


Hoje mais uma vez no metro, comecei este post e lembrei da semana passada quando embarquei no Paraíso. Estava pela primeira vez ouvindo um podcast de programa de radio em meu novíssimo smartphone. Ao entrar no vagão me deparei com uma cena muito interessante, que deve acontecer o tempo todo, mas que só notei naquele dia. Eu com meus fones de ouvido me entretendo e me informando, e bem na minha frente um senhor lendo com as pontas dos dedos um livro em braille. Ao seu lado um rapaz nitidamente o admirava, muito provavelmente pela força de vontade daquele que imagino tinha mais de 60 anos. No banco ao lado uma menina compenetrada, lia uma revista e ao seu lado um jovem parecia estudar o Código Civil. Atrás deles um jovem de terno, escrevendo emails em um tablet. E como se só estes exemplos não bastassem, ao lado deste tecnológico ser, havia ainda um garoto de uniforme escolar trocando SMS pelo celular. Tudo isso me fez pensar como é fácil buscar e trocar informações hoje, e em qualquer lugar. Mesmo assim existem tantos brasileiros longe de um simples jornal, revista ou livro, o que dizer de um computador. Longe muitas vezes por nem saberem ler, outras vezes por não terem condições financeiras. É evidente que a política educacional de nosso país, mais do que a econômica, tem muito a ver com esta situação.
Mas o que ten isso a ver com a Maria Emilia? Ela vai chegar num mundo com todas estas facilidades, e faremos de tudo para que ela aprenda o máximo, mas as facilidades tecnológicas estarão muito mais avançadas quando ela estiver com seus 15 aninhos. Lembro que quando a Isabela viu pela primeira vez nosso telefone da década de 60 em casa, perguntou para a irmã 10 anos mais velha: "O que é isso Carol", a irmãzinha respondeu pegando o aparelho: "É um telefone." E a Carol por sua vez se dirigiu a mim e perguntou "Como que liga? ". Sua geração já nasceu com telefones de teclas e celulares, nunca havia se deparado com um aparelho com disco.  Para Maria Emília, creio que a televisão de tubo já será coisa de museu. Falando em televisão, ontem a Maria Emília teve seu rostinho fotografado e apresentado numa tela de 40 polegadas no exame de ultra-som 4D. A imagem é muito nítida, já disseram que vai parecer com o pai. Espero que não, prefiro a mamãe. Mas o importante é ter saúde.

A música de hoje, já faz tempo que Gil gravou, talvez precisasse de algumas atualizações, mas achei uma boa trilha para este post, como um sinal dos tempos.