Susto

Hoje gostaria de contar uma história, rápida, que este pai viveu esta semana. Depois dos primeiros meses da vida de Maria Emília, notei que de nada valeria estarmos totalmente focados nela se não nos cuidássemos também, afinal só assim poderemos curti-la mais e melhor. Na verdade sempre procurei me cuidar, e a mamãe é que não conseguia tempo para cuidar de sua saúde, e que finalmente foi atrás do médico. No caso do papai, eu, após os exames do check-up, obtive a recomendação de investigar melhor meu fígado fazendo diversos exames de sangue, além de uma tomografia computadorizada do abdomen. Na verdade este último não era para ser nada de mais, entrar e sair da máquina, coisa de 1 hora estaria livre do laboratório. Marquei para terça-feira de manhã antes do trabalho. Fui para lá com antecedência e sozinho, pertinho de casa. Quando fui chamado, me paramentei, ou seja tirei a roupa e coloquei o avental. Deitei na maca, e recebi instruções.

Passei pelo máquina duas vezes, e uma moça entrou na sala com o questionário que eu havia preenchido. Sem ve-la, e permanecendo deitado, ela me perguntou - O Sr. disse que teve bronquite faz 2 anos? ,  respondi que sim, e ela questionou, - Usou bombinha na ocasião, disse que sim por recomendação médica. Então me informou que iria aplicar o contraste e que eu sentiria a cabeça queimar, e depois os membros, mas que logo passaria. Ela aplicou na veia, e tal qual ela disse aconteceu. Imediatamente a maquina voltou a funcionar e o exame voltou a ser feito. Mas a queimação era muito mais forte do que eu poderia imaginar, e não parava de aumentar. A máquina parou em menos de 3 minutos, e a queimação aumentando. Quando elas entraram na sala eu questionei se a queimaçao nao pararia, e uma delas disse que eu estava muito vermelho, e comecei a sentir dificuldade em respirar, e até para falar. Pediram entao para eu sentar, o que foi difícil, e quando sentei espirrei muito. Notei então que meu nariz estava entupido, e saia muita secreção. Uma delas viu minha pele e disse que estava empolada, e eu sentindo a queimação e dificuldade em respirar. Pediram para eu tomar um Alegra, e me levaram para uma maca. A sensação só piorava, quando o médico disse para aplicar na veia corticoide. Eu não conseguia abrir os olhos e a respiração era difícil, então eles me deram oxigênio através de tubo nas narinas. Parecia que nada melhorava. Então o médico vendo minha dificuldade em respirar e eu apontando para a garganta, pediu adrenalina. Ao injetar a substância fiquei agitado, e com muito mais frio. Depois de mais de uma hora comecei a me sentir melhor, mas com o rosto inchado, muito inchado.  Nos primeiros momentos entre a aplicação do contraste e a aplicação da adrenalina, eu pense em muita coisa, e Maria Emília estava em todos meus pensamentos. Eu tinha consciencia de que poderia estar vivendo meus últimos segundos, e o que seria dela. Tinha certeza de que sua mamãe teria plena condição de cuidar de tudo como sempre fez, então o que sentia era uma saudade de algo que ainda não vivemos juntos.
Um simples exame, o que é rotina para os laboratórios, me serviu de lição de vida. Estou mais atento a tudo e a todos. Tive vontade de abraçar todo mundo ao sair de lá, e de fato ainda tenho.
Vamos aproveitar nossa Maria Emília, e tornar todos os momentos mais felizes ainda.
Graças a Deus sigo em frente, e pela segunda vez na vida reconheço em mim o significado de meu nome: Renato.
Agora mais tranquilo resolvi pesquisar e encontrei mais informações sobre meu caso, no site Blogdalergia:
Como se origina uma reação adversa?
As reações adversas podem ser tóxicas, ou seja, ocorrendo em resposta à ação direta do contraste, sendo dependentes da dose e podendo se manifestar com calor e dor no local da injeção ou com sintomas gerais. Entretanto, algumas pessoas podem ter um outro tipo de reação, chamado de reação anafilactóide por ser muito semelhante ao choque anafilático, mas sem que se comprove um mecanismo alérgico verdadeiro. Na realidade, ainda não está totalmente esclarecido o mecanismo pelo qual o contraste iodado provoca alergia.

Um minuto da sua atenção

Quando criei o blog para a Maria Emília, pensei na felicidade de ser pai em breve. Os meses se passaram, ela veio. A felicidade só aumentou, e continua crescendo. Como a felicidade sempre foi a inspiração do blog, talvez eu tenha deixado muitas vezes de relatar momentos difíceis que passamos como pais.Por algumas vezes, ao falar com alguém por telefone, a mamãe me repreendia quando eu automaticamente respondia - Tudo bem, ela está bem. Quando de fato estávamos preocupados, e ela ainda não tinha um diagnostico definitivo.
Para resumir, aproveito para transcrever aqui um breve email dela para uma amiga nossa, onde a mamãe expõe de maneira resumida o que foi a nossa batalha:

"Estou para te ligar desde a semana passada mas não consigo um tempo... Primeiramente me desculpe por sábado não nos vermos ... Perguntei ao Renato se ele havia contado sobre a Maria Emília para vcs e ele disse que não... Com 2 meses e meio, a Maria Emília ainda mamava leite materno exclusivo, eu observei sangue nas fezes dela...as cólicas tb foram longas... Fiz uma super dieta tirei todos os alergenicos da minha alimentação: leite( mesmo nos pães, massas e biscoitos), trigo, ovos, peixes, castanhas e soja... Mesmo assim de tempos em tempos aparecia raias de sangue nas fezes...passamos por vários especialistas : gastropediatricas, alergologistas, pediatras... Nesse meio todo com a Maria Emília eu fui obrigada a parar de amamentar e dar mamadeira com Neocate ,o problema é que a Maria Emília não gosta de mamadeira...consegui amamentar até os 7 meses de conta gotas e a papinha entrou mais cedo que outros bebês... Além disso ela tinha refluxo devido a alergia ao leite...ainda trato mas já está quase no final do tratamento. Agora Graças a Deus encontramos uma Gastro muito boa que está nos ajudando no tratamento da nossa princesa ... A Maria Emília não engordava porque o intestino estava super inflamado e assim não absorvia as proteínas... Agora tenho uma dieta especial para ela, uma papinha hipoalergenica até encontrarmos quais os alimentos além do leite que não fazem bem a ela. Perguntei ao Renato se ele havia dito porque muita gente não sabe... Somente eu quando consigo atender o telefone é que explico. Agora estamos mais tranqüilos e confiando na Dra....."

Coincidencia

Hoje estivemos em Atibaia. Fomos conhecer o terreno que o vovô Adilson adquiriu por lá. Antes de visitar o condomínio fomos almoçar num restaurante vizinho, que por sinal é muito bom - Paiol. Um local agradável, com comida a quilo. Apesar de ser self service oferece um cardápio variado e cuidadoso, com opções diferentes e saudáveis, entre elas hoje tinha, arroz integral, arroz negro, peixes, saladas variadas, entre outras opções. Claro que havia um pastelzinho e alguns queijos gostosos também.
Na ida a Maria Emília teve uma experiencia nova. Como fomos no carro do Vovô Adilson aproveitamos para sentarmos os dois, mamãe e papai, no banco de trás com a Maria Emília no meio. E ao contrário do que aconteceria normalmente, na ida ela não pegou no sono. Foi olhando para nos dois o tempo todo, afinal era uma situação inédita para ela. E estava nitidamente feliz.
Já na chegada ao restaurante ela comeu bem sua papinha.

O título do post de hoje se deve a nossa saída do restaurante. Como não haviam muitas bebês no restaurante, nos chamou a atenção um que estava na mesa ao lado da nossa, e nos aproximamos. Era o Leonardo, que estava no colo de sua tia. E creio que seja natural, pelo menos conosco é assim, ao vermos pais com filhos que aparentam ter a mesma faixa etária da Maria Emília, uma pergunta é sempre a mesma: Quantos meses? Foi ai que descobrimos que Leonardo tinha a mesma idade de Maria Emília, na verdade 1 dia mais velho. E então a mamãe da Maria Emília fez uma pergunta que até então eu não tinha ouvido ela fazer em situações semelhantes - Qual o hospital? E descobrimos que ambos haviam nascido no mesmo hospital Pro Matre. Ai eu brinquei, Qual andar (do quarto)? e aqui está a coincidencia, estavam também no 4o. andar. Foram nosso vizinhos por 2 dias!

Saímos do restaurante impressionados com a coincidencia, que a mamãe até voltou na mesa do Leonardo para pedir para a Viviane, mãe dele para trocarem emails. Quem sabe um dia Maria Emília e Leonardo não se tornam amigos, e ai ao perguntarem Vocês se conhecem de onde? a resposta será Da maternidade!

Voltamos e Maria Emilia logo dormiu,  antes mesmo do por do sol...